Às vezes, sou parede. Recebo crítica na mesma medida que as rebato. Sigo firme, sólida, na rigidez do muro de concreto que não se abala. Nesses dias, nenhuma tempestade é capaz de atravancar o caminho da parede que teima em se conservar rígida em sua extensão. Mesmo com marcas de tempo, uns riscos, umas lascas caídas por chão, se mantém estável. Queria eu poder todos os dias ser parede.
Como quem não entende em que ponto há essa mudança na mente, tem dias que sou esponja. Um "bom dia" mais sério me despedaça. Uma discordância de ideias, uma desconfiança de capacidade. O suficiente para me desmontar inteira. Às vezes, sou esponja. Absorvo até o que não devia ser sentido como negativo. Inundada de tanta negatividade, me desabo em lágrimas. Sabe como é, esponja que precisa se esvaziar.