Foi retirada do compartimento pequeno e úmido que a enclausurava num canto escuro da garagem. Meses soterrada sob os entulhos de restos de histórias e dejetos que não deviam vir a público por não merecer o convívio familiar cotidiano. Sob a claridade que a tomou de supetão, arqueou os braços desgastados de maneira tímida, deixando à mostra os arranhões e amassados que lhe causava um aspecto assustador ao espectador mais desavisado. Prostrada sobre uma base, a expuseram na sala de estar, trataram-a com a dignidade que não recebera há tempos. Renovada, ganhou um ar imponente e uma aparência lustrosa que causaria inveja aos vizinhos que viessem reparar em seus detalhes há pouco encaixotados. Ganhou decorativos ao redor do corpo, um adorno no topo do corpo e luzes que piscavam conforme um botão lhe indicasse. Uma vez por ano seu momento de glória merecido, mesmo árvore de ramos artificiais, servindo para trazer um pouco do espírito natalino que bem poderia estar presente o ano inteiro.
Como assim estava falando de uma árvore de natal, gente, estou perplexa me identifiquei muito até "encaixotados" daí percebi do que se tratava, hahahaha
ResponderExcluirSenti falta dos seus textos Selma mas estou de volta :)
Beijinhos.